O que é educação inclusiva? É aplicar a inclusão de forma didática para alunos deficientes, auxiliando na sociabilização deste indivíduo, inserindo em seus direitos e dando autonomia; respeitando os limites de cada um.
Na SEDUC*¹ de São Vicente, esta inclusão é realizada por meio de pedagogos que avaliam cada caso; os pais e a criança especial se apresentam na SEDUC com o laudo médico e o pedagogo avalia o caso, encaixando este aluno em uma escola de acordo com as suas necessidades, dispondo dentro do possível, de aparelhos necessários para o desenvolvimento e conforto do aluno, como uma enfermeira, por exemplo.
Esta inclusão nos dias de hoje é feita em escolas regulares, em alguns casos o aluno recebe o atendimento especial a princípio em salas especiais e a medida que este aluno progride, passa a frequentar as salas regulares com o auxilio de uma professora multifuncional, que orienta desde o professor à direção da escola para a adaptação da criança. Há casos de crianças que estudam em salas especiais, mas não se adaptam as salas regulares; neste caso, alunos até os 16 anos que não se desenvolvem conforme o programa escolar (ler e escrever), permanecem em salas especiais para desenvolver outras habilidades, através do lúdico e talvez para alguns aprenderem algo profissionalizante, por esses motivos as salas especiais ainda não foram fechadas e para alguns alunos é importante que isso de fato não aconteça.
O atendimento especial é ministrado em crianças a partir dos 6 anos de idade (NUMAA)*² com o objetivo de que as mesmas passem a frequentar as turmas regulares, de acordo com a idade do aluno, se o aluno chegar aos 16 com o desempenho não muito favorável dentro do protocolo das turmas regulares, tenta-se o EJA*³ e se mesmo assim não houver essa adaptação ao EJA, o jovem é encaminhado ao CECOF*4 Para dar sequência aos seus conhecimentos. No
CECOF os Professores Multifuncionais ensinam o aluno a utilizar o mecanismo
cognitivo (metacognição), com jogos, músicas e algumas oficinas.
Os problemas que dificultam a inclusão.
Um dos maiores problemas de colocar a inclusão em prática é a falta de professoras, faltam educadores nessa área por falta de informações, principalmente das universidades, com a frequência de inclusão em turmas regulares, muitos profissionais não sabem o que fazer com o aluno especial, e a socialização com outros alunos; a formação dos professores é deficiente.
Outro fator importante é a omissão de dados dos próprios pais, pois algumas deficiências muitas vezes não são deficiências; por exemplo a criança com Deficiência Intelectual, naquele momento pode ser apenas uma condição, mas se soubéssemos algumas causas para a sua deficiência o mesmo tem grandes chances de progredir sua capacidade cognitiva. Segundo estudos realizados, a Deficiência Intelectual pode ser provocada por fatores nutricionais, traumáticos ou até mesmo abstinência narcótica quando filhos de mães que consumiram drogas durante a gestação. Portanto é importantíssimo que os pais relatem com veracidade a vida familiar da criança, abrindo muitas vezes caminho para melhor desenvolvimento de seus filhos, relação pais e professores.
O terceiro e maior problema é a área da saúde, que para muitos podem ser ou não a porta de entrada para a educação; a falta de histórico médico e laudos indefinidos tarda ou simplesmente impede a inclusão, não há comunicação entre professores e médicos.
Entretanto podemos perceber aos poucos algumas mudanças positivas na educação inclusiva; os estudos científicos trabalhando para melhoras a vida dessas pessoas, a sociedade tentando se adaptar e o trabalho de educadores que acreditam no potencial e dão um poucos mais de dignidade ao especial.
O que esperar da inclusão no futuro?
"A mudança ocorre com questionamentos, tenho muito orgulho de participar deste trabalho, mas a minha maior preocupação é que a sociedade respeite o limite do outro, porque o especial pode passar do progresso ao fracasso; o professor tem que perceber que há outros caminhos para estimular a permanência desses alunos, sem estímulo ocorre a estagnação.
Sou apaixonada pelo meu trabalho, me considero profissional do correto. temos que olhar mais com o olhar do outro, para que possamos caminhar, o trabalho da educação especial é dar autonomia, liberdade social, para que esse cidadão consiga fazer coisas simples como pegar um ônibus."
Gelsia Rodrigues (Pedagoga de Educação Inclusiva).
"Eu espero que toda essa batalha tenha sucesso, e que as pessoas passem a acreditar que o deficiente é um ser apto, aprender a olhar com mais carinho, atenção, para melhor atendimento individualizado. Só assim eles serão "capazes dê" e caminhar quando a oportunidade realmente é dada, mostrar a eles que é possível caminhar."
Vera Gobetti (Pedagoga de Educação Especial).
*1 - SEDUC - Secretaria de Educação;
*2 - NUMAA - Núcleo Municipal de Atendimento ao Autista;
*3 - EJA - Educação de Jovens e Adultos;
*4 - CECOF - Centro de Convivência e Formação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário