sexta-feira, 22 de março de 2013

A inclusão Municipal em São Vicente

A educação se desenvolve de acordo com as mudanças da sociedade também, o mesmo ocorre com a educação especial ou educação inclusiva.

O que é educação inclusiva? É aplicar a inclusão de forma didática para alunos deficientes, auxiliando na sociabilização deste indivíduo, inserindo em seus direitos e dando autonomia; respeitando os limites de cada um.

Na SEDUC*¹ de São Vicente, esta inclusão é realizada por meio de pedagogos que avaliam cada caso; os pais e a criança especial se apresentam na SEDUC com o laudo médico e o pedagogo avalia o caso, encaixando este aluno em uma escola de acordo com as suas necessidades, dispondo dentro do possível, de aparelhos necessários para o desenvolvimento e conforto do aluno, como uma enfermeira, por exemplo.
Esta inclusão nos dias de hoje é feita em escolas regulares, em alguns casos o aluno recebe o atendimento especial a princípio em salas especiais e a medida que este aluno progride, passa a frequentar as salas regulares com o auxilio de uma professora multifuncional, que orienta desde o professor à direção da escola para a adaptação da criança. Há casos de crianças que estudam em salas especiais, mas não se adaptam as salas regulares; neste caso, alunos até os 16 anos que não se desenvolvem conforme o programa escolar (ler e escrever), permanecem em salas especiais para desenvolver outras habilidades, através do lúdico e talvez para alguns aprenderem algo profissionalizante, por esses motivos as salas especiais ainda não foram fechadas e para alguns alunos é importante que isso de fato não aconteça.
O atendimento especial é ministrado em crianças a partir dos 6 anos de idade (NUMAA)*² com o objetivo de que as mesmas passem a frequentar as turmas regulares, de acordo com a idade do aluno, se o aluno chegar aos 16 com o desempenho não muito favorável dentro do protocolo das turmas regulares, tenta-se o EJA*³ e se mesmo assim não houver essa adaptação ao EJA, o jovem é encaminhado ao CECOF*4 Para dar sequência aos seus conhecimentos. No CECOF os Professores Multifuncionais ensinam o aluno a utilizar o mecanismo cognitivo (metacognição), com jogos, músicas e algumas oficinas.

Os problemas que dificultam a inclusão.

Um dos maiores problemas de colocar a inclusão em prática é a falta de professoras, faltam educadores nessa área por falta de informações, principalmente das universidades, com a frequência de inclusão em turmas regulares, muitos profissionais não sabem o que fazer com o aluno especial, e a socialização com outros alunos; a formação dos professores é deficiente.
Outro fator importante é a omissão de dados dos próprios pais, pois algumas deficiências muitas vezes não são deficiências; por exemplo a criança com Deficiência Intelectual, naquele momento pode ser apenas uma condição, mas se soubéssemos algumas causas para a sua deficiência o mesmo tem grandes chances de progredir sua capacidade cognitiva. Segundo estudos realizados, a Deficiência Intelectual pode ser provocada por fatores nutricionais, traumáticos ou até mesmo abstinência narcótica quando filhos de mães que consumiram drogas durante a gestação. Portanto é importantíssimo que os pais relatem com veracidade a vida familiar da criança, abrindo muitas vezes caminho para melhor desenvolvimento de seus filhos, relação pais e professores.
O terceiro e maior problema é a área da saúde, que para muitos podem ser ou não a porta de entrada para a educação; a falta de histórico médico e laudos indefinidos tarda ou simplesmente impede a inclusão, não há comunicação entre professores e médicos.
Entretanto podemos perceber aos poucos algumas mudanças positivas na educação inclusiva; os estudos científicos trabalhando para melhoras a vida dessas pessoas, a sociedade tentando se adaptar e o trabalho de educadores que acreditam no potencial e dão um poucos mais de dignidade ao especial.

O que esperar da inclusão no futuro?

"A mudança ocorre com questionamentos, tenho muito orgulho de participar deste trabalho, mas a minha maior preocupação é que a sociedade respeite o limite do outro, porque o especial pode passar do progresso ao fracasso; o professor tem que perceber que há outros caminhos para estimular a permanência desses alunos, sem estímulo ocorre a estagnação.
Sou apaixonada pelo meu trabalho, me considero profissional do correto. temos que olhar mais com o olhar do outro, para que possamos caminhar, o trabalho da educação especial é dar autonomia, liberdade social, para que esse cidadão consiga fazer coisas simples como pegar um ônibus."
Gelsia Rodrigues (Pedagoga de Educação Inclusiva).

"Eu espero que toda essa batalha tenha sucesso, e que as pessoas passem a acreditar que o deficiente é um ser apto, aprender a olhar com mais carinho, atenção, para melhor atendimento individualizado. Só assim eles serão "capazes " e caminhar quando a oportunidade realmente é dada, mostrar a eles que é possível caminhar."
Vera Gobetti (Pedagoga de Educação Especial).


*1 - SEDUC - Secretaria de Educação;
*2 - NUMAA - Núcleo Municipal de Atendimento ao Autista;
*3 - EJA - Educação de Jovens e Adultos;
*4 - CECOF - Centro de Convivência e Formação.

segunda-feira, 18 de março de 2013

A origem da educação especial

  Acreditava-se que as pessoas com necessidades especiais, degeneravam a raça humana, e teriam de ser eliminadas ou segregadas até meados do século XVII. Estes indivíduos eram operados por “exorcistas” e “esconjuradores”, pois acreditavam que suas deficiências estavam ligadas a crenças sobrenaturais, demoníacas e supersticiosas que culminavam em dois tipos de atitudes: assistencialismo ou menosprezo (destruição).
  Na idade moderna (Século XVII), as discussões sobre a valorização do ser humano e muitas mortes (o Iluminismo na Europa, a Declaração de Direitos de 1689 (Inglaterra), a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – 1789 (França) e a Carta de Direitos – 1791 (Estados Unidos)), deram margem aos estudos sobre “a pessoa excepciona”, o francês Jean Marc Gaspard Itard depois de muitos anos de estudo, foi capaz de perceber que as pessoas deficientes eram capazes de aprender. Realizando um trabalho de intervenção dentro da perspectiva educacional, desenvolveu meios educacionais e atendimentos a esta “clientela”, nascendo a pedagogia para portadores de deficiências, surgindo instituições para oferecer-lhes educação especial, criando condições de uma vida melhor para pessoas com retardo mentais e semelhantes.
  Aqui no Brasil, os deficientes mentais e físicos começaram a ganhar notoriedade, e as informações passaram a ser mais claras a partir da década de 70, quando a segregação passou a ser ojerizada por alguns brasileiros, entre pais e estudiosos.
  Primeiras instituições no Brasil:
1854 – Instituto dos Meninos Cegos – Rio de Janeiro (atual Instituto Brasileiro Benjamin Cosntant).
1857 – Instituto dos Surdos e Mudos – Rio de Janeiro (atual Instituto de Educação dos Surdos).
1926 – Instituto Pestolozzi para pessoas com deficiências mentais.
1945 – Instituto Pestolozzi para pessoas com superdotação.
1954 – APAE (primeira unidade fundada no Rio de Janeiro, hoje existe em todo o país).



Dados de pesquisa – Universidade Federal Rio Grande do Sul, CHICON, José (Psicoterapeuta) e SOARES, Jane Alves (Professora de Educação Física).



sábado, 16 de março de 2013

Curiosidade:

  Declaração de Salamanca: é a resolução da ONU (Organização das Nações Unidas) que trata os princípios, políticas e práticas da educação especial. Sua origem é em favor dos direitos humanos a partir da  década de 60.

  A convenção da Declaração de Salamanca, realizou-se em Junho de 1994, com objetivos e intenções. Ela visa a inclusão social ao lado da convenção de direitos da criança (1988), proporcionando uma oportunidade única de colocação de educação especial dentro da estrutura de educação para todos.
  A declaração ampliou o conceito e visão das necessidades educacionais incluindo as crianças que não estejam sendo beneficiadas pela educação escolar, sejam as portadoras  de deficiências, as com dificuldades temporárias ou permanentes, assim como as crianças que repetem o ano letivo, as que são obrigadas a trabalhar, as que vivem na rua, aquelas que vivem em situação de extrema pobreza e desnutrição, as vítimas de guerra e as que sofrem abusos contínuos físicos, emocionais e sexuais, ou as que simplesmente estão fora da escola.
  O princípio fundamental da escola, segundo a convenção, é que todas as crianças deveriam aprender juntas, independente de qualquer diferença, as escolas inclusivas devem reconhecer as necessidades diversas dos alunos e estas crianças devem receber qualquer apoio extra que possam precisar, para que estes alunos tenham uma educação efetiva.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Direito Preferencial

  Segundo a Constituição Federal (ART. 208 Inc. III), relata que o atendimento educacional especializado deve estar disponível a todos e em níveis de ensino escolar (básico e fundamental). Ou seja, é obrigatório.
  Também com base na LDBEN (ART. 58 e seguintes), o atendimento educacional especializado deve sempre ser feito em funções específicas dos alunos, quando não possível essa integração, tem de ser feita nas classes comuns regulares.
  Esse tipo de atendimento especializado, não deve ser substituído pelo regular, pois cada caso deve ser avaliado de maneira ímpar, porque nem sempre o regular pode substituir o especializado.
  Segundo a LDBEN, as pessoas interpretam de maneira errônea o que relatamos acima, que a educação especial é indispensável.
  Porém, a própria LDBEN em seu artigo 4, determina que o ensino regular no atendimento especial em alguns casos se torna obrigatório.
  Outra situação da LDBEN (ART. 58 e seguintes) aborda as diferenças entre o atendimento educacional especializado e educação especial (emenda constitucional número 1 no capítulo do "Direito a Ordem Econômica e Social").
  Portanto o direito ao atendimento especializado - ART.58, 59 e 60 - explica o seguinte: que o objetivo do trabalho com esses alunos é romper as barreiras que impedem ter acesso ao ensino regular comum.
  Na educação especial, alguns alunos não evoluem para turmas comuns, mas mesmo assim esses alunos devem ter um enriquecimento e aprofundamento de conhecimentos social entre outros.

Direito de Todos

  A nossa Constituição Federal, elege como fundamentos da nossa república a cidadania e a dignidade da pessoa humana. Ou seja, todos sem exceção de origem, raça, sexo, cor, idade e etc, tem que ter acesso a esses direitos.
  Um dos princípios dessa constituição estabelece um ensino de igualdade (Art. 206, Inc. I).

domingo, 3 de março de 2013

Ser Especial

  Muito se fala em deficiência e inclusão nos dias atuais. Entretanto, é possível ver que na sociedade brasileira, existem grupos de pessoas que ainda continuam excluídas, simplesmente  porque possuem limitações que as fazem especiais.

  O significado de consideramos as pessoas iguais, muda bastante quando pensamos que muitas pessoas não podem ser tratadas da mesma forma, justamente porque possuem necessidades especiais que nos obrigam a considerá - las e tratá - las de maneira diferente dentro das suas limitações.

  E isto não é discrminação, porque a nossa própria Consituição prevê que todos devem ser tratados de maneira igual quando há possibilidades; e devem ser tratadas de maneira desigual, quando existem, limitações. Esta é a maneira correta de considerar as pessoas, respeitando as limitações de cada um, e brindando tratamento desigual e específico àqueles que não podem responder aos padrões "normais" intituídos pela nossa sociedade.

  Sendo assim, observa - se que o número de pessoas com deficiência aumentou muito nas últimas décadas, e infelizmente ainda não existe uma sociedade preparada para recepcionar estes seres especiais, os quais precisam de cuidados, assistência médica e educação especializadas. O país tampouco se preparou para isso, e atualmente o que vemos são crianças que vivem sem muita previsão de futuro, simplesmente porque não têm acesso a pelo menos uma educação que lhes prepare para sobreviver sozinhos.

  E aqueles que têm acesso a este tipo de educação, não a recebe de maneira adequada, por aspectos essenciais como a falta de formação profissional de professores para lidar com estas crianças; a falta de conhecimento e educação da sociedade e dos próprios pais e familiares; a falta de políticas para atender adequadamente às necessidades destas crianças; a deficiência e falta de coordenação do Poder Judiciário quando o mesmo é provocado; a falta de leis adequadas e a aplicação errônea das mesmas; e sobretudo a ignorância sobre o tema, que acaba levando à discriminação e à injustiça.

  Neste sentido, o nosso blog tem como objetivo essencial abordar o assunto da educação especial, considerando os aspectos sociais, pedagógicos, políticos e jurídicos do tema, com a finalidade principal de identificar as deficiências, de maneira que seja permitido apresentar possíveis soluções que ajudem a fortalecer o sistema educacional, para direcioná - lo também àquelas crianças que não são como todas, simplesmente porque são "especiais".

  E sobretudo é preciso lembrar essencialmente e em qualquer circunstância da vida, sem deixar de considerar sobretudo no papel nobre de educadores: o ser humano, somente pode alcançar a qualidade de vida, quando é respeitado na sua essência; sendo esta, a única possibilidadde que lhe permite alcançar a plenitude da sua dignidade.